DOMINGO DE PRAIA...
Faltam guerras
E rapazes batem frescobol
Na areia dura da praia
Afastados da violência
Guris escavam
Suntuosos castelos de areia
Desobrigadas da fome
Meninas coradas sentam-se à margem
De espuma a colecionarem conchinhas...
Surdo-mudo, olho e vejo
Fantasmas d'outro mundo...
(Daquele: o “sub”)
E a cerveja gelada
Espanta a minha goela,
Amarga e me trava...
Ah, quanta empáfia desse mar lampejante...
Sim, porque intuo, nítido, uivos de dor
Vindos de outras terras
Eu:
- Porra, aqui, agora, não falta nada
- Porra, têm mundos onde falta tudo
(Porra, sou mesmo esse frívolo da cadeira de praia?)
O poema:
- Essa escrita não tem importância
Diante da assimetria
Da sua tristeza. Da sua alegria.