As pernas rápidas
E os braços lépidos
Passam... s'estilhaçam...
Embaraçam vidas velhas
Embaçam vidraças
Com cansadas risadas
Sob olhos devassos...
Eu, distante, fragmentada
Pedaço de vidro
Na calçada
Do tempo de minha vida...
- ObSerVo...
Leio nos ombros curvados
Uma rotina de guerra
Onde a fumaça dos cigarros
Se mistura em laços
Feito fragmentos de suspiros
Como se gritassem
Do tédio que há em viver...
E me flagro a conter
Em mim toda a humanidade
Falha que detenho do mundo...
Alheia a tudo... contida em tudo...
Numa lúdica distância-luz
Denunciando a proximidade
Que espero não ver, vendo,
A vender minha esperança
Na próxima hora de trabalho...
Estilhaçando meus sonhos
Em frangalhos
Construindo um eu de farrapos...
Levando-me para longe de meus desejos...
Bem longe...