Nós e a penumbra
Só nós e a mesma penumbra.
Nós, manifestos em atos desmedidos,
junto às águas,
no centro das atenções bucólicas desse jardim sobrenatural.
Só nós e a mesma linguagem... uma mania de reacender-se.
... e achávamos graça nos infernos alheios,
e corríamos alegres para os braços dos abraços mais
sombrios daquela recente ressaca...
Éramos bons...
Mais do que se pode...
E restam-se.
Só nós e a penumbra,
que de tão sôfrega, apela aos nossos misericordiosos modos
uma oportunidade na orgia que se contempla à luz do dia.
Talvez isso tudo seja coisa de momentos,
mas os momentos, na plena certeza de quem não tem tanta certeza,
são isso tudo que a penumbra esconde e rouba.