A QUEDA

Por conta das concepções preconcebidas dos valores

Os dissabores de uma existência em geral são tidos por fracassos

Um tropeço nos passos parece prenunciar o açoite das dores

E os espinhos em lugar de flores seriam o fruto dos nossos pecados!

Não atinam os tais que no auge do ego há de fato um penhasco

Um silencioso carrasco matando a grandeza de toda humildade

Celebrando a inverdade de que a simplicidade seja digna de asco

Dando ao perigoso fiasco um suposto status de grandiosidade!

Por mais que aparente contradição, é quando sobe que o homem desce

Quando ele esquece de ser rico na alma e pobre na cobiça

A fama que iça cobra caro por sua falsa benesse

E a ganância que enlouquece destroça a essência de quem enfeitiça!

Cair de verdade é morar no topo pedante dos supérfluos holofotes

Triste coisa é ser sacerdote da religiosidade que a si mesma endeusa

Toda ostentação só traduz a torpeza de um náufrago bote

Pois a vaidade é a fraqueza do forte, seu vazio, seu poço e tristeza!

Felizes, porém, são todos que caem da vaidade para subir na nobreza

Gente humilde cheia de realeza, gente comum repleta de luz

Isso não se traduz na deteriorada existência burguesa

Isso de fato pode ser chamado de riqueza e à felicidade faz jus!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

www.reinaldoribeiro.net

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 13/06/2011
Reeditado em 12/09/2013
Código do texto: T3031568
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