Desertos do não viver
Não sei, não sinto que seja assim
Tão fácil, tão simples, tão pouco
E que de tão fácil e pouco, se desfaz
E se perdendo, dilui-se em tormento
Esse sentir que se perde
E se ganha de tanto esquecer
E se encontra no meio da lama
Nada traz, o coração não inflama
Se ao menos sentir fosse exato
Se as dores pudessem nascer
Talvez tudo fosse mais certo
Tudo que há são desertos
Criados no “não mais ser”
Nascidos do não viver
Esquecidos no amanhecer