Fundamental é que, em momento algum, 
Esqueçamo-nos da nossa pequenez mediante o espaço.

Somos microscópicas partículas,
Desafortunadamente dotadas de egos gigantescos.
Mediante os cósmicos arabescos,
Somos, praticamente, nada!
Quase nada...
Mais insignificantes que uma vírgula...
Ainda assim, possuímos certa relevância,
Dentro de nossa instância.

Podemos sim, fazer a diferença,
Se ajustarmos nossas crenças,
Nosso pensamento,
Nosso argumento,
Nosso comportamento,
Ao superior sentimento...
Ao que está acima!
À celestial rima!

Podemos até ser, o que imaginamos ser,
Termos a importância que imaginamos ter,
Se deixarmos de ser pequenos, mesquinhos,
Egoisticamente daninhos!
Ideologicamente pervertidos!
Iludidos!
Destrutivos!
Autodestrutivos!
Inconsistentes!
Inconscientes!

Estamos tão fora da nossa rota,
Que, para evitarmos, uma vergonhosa derrota,
Precisamos zerar!
Para, na direção certa, voltar a caminhar.
De preferência, voluntariamente,
Espontaneamente!
O beco está tão escuro,
Que não estamos enxergando o muro,
Bem à nossa frente,
Erguido por nós mesmos, perigosamente.
Por ali, não vai ser possível passar,
Nem mesmo pular...

Contudo, pulsa dentro de nós
A fórmula, o jeito certo, para desatarmos todos os nós.
Sem qualquer exceção, 
Em cada alma,
Em cada coração,
A Criação mantém estendida sua palma.
Generosa...
Carinhosa!
Pronta para nos acolher,
Para nos compreender,
Sem exigir exacerbados sacrifícios,
Só nos pede que não nos atiremos no precipício,
Que estupidamente cavamos
E para o qual caminhamos...

Que nos reconheçamos como irmãos,
Como espaciais cidadãos!

O que, aliás, já deveria ter acontecido,
Se não tivéssemos nos distraído,
Com nossos brinquedos materiais,
Surreais!





Vídeo complementar:
Caetano
“Fora da Ordem” – Circuladô ao Vivo

http://www.youtube.com/watch?v=9z-4exw6HQQ

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 11/06/2011
Código do texto: T3027640