Vão-se os anéis, ficam os dedos

Qual Vão-se os anéis

Jorge Linhaça

Qual vão-se os anéis mas ficam os dedos

Então tal e qual é pois na poesia

Vão-se eruditos e findam-se os medos

Pois o qu'importa é a fantasia

Nem mestre ou doutor, não faço segredo

Quiçá lá chego aind'algum dia

Tendo da vida eu algum sossego

Junto meus versos que julgo poesia

A Falastrice que hoje impera

Torna tão triste e tão complicado

Tecer uns versos, espantar quimeras

Que o poeta, fica sufocado

Já não bastassem as tantas misérias

Há de ouvir-se aos doutos togados?