APELO CONTRA A INVERNADA

Que algo d'um genuíno

Fogacho de febre

Se acenda

No meu cérebro

(Dizimando loquazes neurônios)

Que uma venda tricotada

D'um novelo de luz

Seja atada

Junto aos meus olhos

(Para que não se fechem jamais)

Que eu não me permita

Calcinar ou cegar

As pobres das palavras

De oco ardor ou fulgor...

Que as deixe cá, quietas - em infinita paz