SONHOS A RODAREM TRILHOS
Noite. Por essas vias baldias
De neons nublosos e vermelhos
Través espelhos cegos, insinceros
A riscarem reflexos revelhos
Um relho delírio me ocorre
De tanto sacode esse trem parelho
Não. Não nego sonhos de rodarem trilhos...
Só procuro, do dia, legítimos rastilhos
Restos dos rebrilhos d’uma manta perdida
A diluírem empecilhos da estrada
N’um chorrilho de luzes frias e castas
De realidade vasta, intacta e arrelia...