PODE MORRER UM AMOR?

A história começa mais ou menos assim...

João andava sem rumo e perdida em seus vazios se achava Maria

Até que um belo dia, seus dois olhares se encontraram

Brotaram as pétalas encantadas de um bem querer que ali nascia

João e Maria, assim descobriram que já se amavam!

A felicidade rondou as vidas de Maria e João

E a paixão converteu todas as suas paisagens em flores e cores

Até que os dissabores resolveram a tanta alegria dizer não

Morreu João, ficando com Maria somente saudades e dores!

Não demorou, porém, e conselhos "amigos" procuraram Maria

A síntese dizia, que sua jovialidade justificava um novo amor

No fulgor da mocidade, novas emoções ela bem que merecia

Surgia José, oferecendo-lhe toda a intensidade de seu fervor!

José e Maria, agora formavam uma nova Odisséia

E se dava a estréia de um novo espetáculo naquele viuvo coração

Até que lhe veio a indagação: "vivo um drama ou uma comédia?"

"Se agora amo José, quer dizer que desamei o falecido "João?"

A questão ramificou-se e assumiu vertentes complexas

Que emoções eram essas, que uniam Maria a José e João?

Pode um coração amar quem se foi e aceitar outro amor sob festas?

Ou será que dentre estas, uma se faz impostora emoção?

Seria verdade que a morte de quem amamos é a morte do amor?

E se não for, por quê nos damos à sorte de novamente amar?

Em vez de contraditar, não seria melhor o passado afirmar que enterrou?

Ou em respeito a quem se amou, de novos amores abdicar?

"Meu coração é pragmático: corpos descem à sepultura. O amor, jamais!"

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/06/2011
Código do texto: T3021528
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