Grato
Não quero parecer chato
Mas vou lhe contar um ato
Que quando as palavras cato
Para poder descrever um fato
Por mais que eu seja sensato
Vem um e cospe em meu prato.
Meu amigos me chamam de pato
Pois me considero um poeta nato
E por letra aqui eu me retrato
Se for preciso até em ti eu bato
Deixo então de ser pacato
Te pego, mordo e lato
Mas não me trate como um rato
Respeite o meu ornato!
Dos meus poemas eu mesmo trato
E se pra você falta um pouco de tato
Peço que evite ler exato
O que escrevo aqui imediato
Já que seu costume é de texto barato
E já nem fico estupefato
De ver que a cultura virou contrato
De quem cria cão e vende por gato
E se lhe pus em desbarato
Se afaste, por favor, fico muito grato.