Nada, nada se esquece!
A dor viva permanece.
Não se cura o sofrimento
Desnaturado, nascido
De quem era esperado
Amor, defesa e abrigo
Na minh' alma, céu aberto
Existe uma nuvem roxa
Que entretanto me afoga
Pois só desamor tragou
Minhas asas converteram
A sombria cor das penas
Mas remordem cerceadas
As minhas sãs esperanças
Para sempre decepadas.
Fui salva pelas quimeras
Que entesourei nas estrelas
Em meio ao feroz tormento
Não guardo ódio cá dentro
A quem de infame alvedrio
Tanto e sempre me feriu
Tento deslembrar mas... não!