Destino: pensamentos de um poeta
Atônito, anacrônico
Meu ser já não suporta mais
Corre pra longe, busca saída
Mas não há nada, não existe porta.
"A porta sumiu?!
Pra onde foi?
Sinto Frio
Mesmo assim digo: aqui estou!"
E quando tudo estiver tão perto
E o nunca não mais existir
Verei as estrelas no teto
E no chão a terra sorrir
"Se o pra sempre, sempre acaba
Se o nunca destrói mesmo o nada
Quero estar aqui,
Mesmo que seja uma longa jornada"
Este caminho da vida
Que leva sempre além
O tempo, que cedo acaba
A dor de não ter alguém
"Aquilo que possui a morte
Fenece e a ninguém convém
O tempo é longo, denso
Mas é escasso também"
Ligeiras passam as horas
O tempo não volta mais
Das velhas, doces lembranças
Hoje só restam os “ais”
" Ais...
Ais de lembranças banais
Ais de sons angelicais
Ais de longas vidas espirais"
Ais do tormento de ser
E de ter nesse mundo lançado
As feridas, o sangue das veias
O mel, o sabor do pecado
Ais do querer ter
Da ganância e do não poder ser
Dilacerado e esculhambado
Através da relva dos anos passados
Ai, que me resta agora?
Se o mundo me desse respostas
Se a vida me desse um sorriso
Me tirasse o peso das costas...
" Aquilo que me resta ser
Aquilo que me resta querer
O que me resta ter?
Ter o medo de viver..."
E nesse medo vazio
Nessa distância infinita
Me perco no desatino
Meu coração palpita
Nos anos passados
Nos sonhos extravasados
No meu mundo imaginário
Tendo o meu coração dilacerado
"Eu quero fugir do tempo
Da lembrança, do tormento
Vagar pelos sonhos vãos
Deixar de lado o lamento"
Por triste fim,
Nos ramos, nas trincheiras,
Na escuridão, nas sombras
Que vem e vão
E da paixão que me move
Ainda encontro os restos
Jogados pelo caminho
São oásis nesse deserto
" Esgotado...
Desolado...
Abandonado
Pra que lado?"
Não sei mais o caminho almejado...
Autores: Juliano César e Tiago Nunes