Medo inocente
Que estranha sensação que invade o peito
Quando de súbito surge uma indagação
Vagamente maliciosa cheia de poucas intenções
E eis que de repente confirmo:
"Eu tenho MEDO!"
Meu Deus que arrepio me sobe das entranhas
Desfazendo-me em lágrimas frias
Comumente preocupadas com o destino
Até que me limite novamente
E volte a não pensar
E descubro como controlar a ânsia de fazer
A necessidade quase inatingível de me preocupar
Sim, porque sou por excelência pura preocupação;
Antecipando as coisas, as trazendo para bem mais perto;
De minha face que fica à mercê da confusão
E fico remoendo o que ainda não aconteceu
Fico prevendo as possibilidades
Contando os possíveis erros
Limitando-me por livros, cadernos e exames;
Círculo vicioso que transfigura na essência de mim
Até apareça aquele mal estar
Aquele medo de não conseguir
Aquelas lembranças vagas dos bons momentos
Tudo dentro de mim se movimenta em rebuliços
Para fazer-me pensar que sou incapaz.