Medo inocente

Que estranha sensação que invade o peito

Quando de súbito surge uma indagação

Vagamente maliciosa cheia de poucas intenções

E eis que de repente confirmo:

"Eu tenho MEDO!"

Meu Deus que arrepio me sobe das entranhas

Desfazendo-me em lágrimas frias

Comumente preocupadas com o destino

Até que me limite novamente

E volte a não pensar

E descubro como controlar a ânsia de fazer

A necessidade quase inatingível de me preocupar

Sim, porque sou por excelência pura preocupação;

Antecipando as coisas, as trazendo para bem mais perto;

De minha face que fica à mercê da confusão

E fico remoendo o que ainda não aconteceu

Fico prevendo as possibilidades

Contando os possíveis erros

Limitando-me por livros, cadernos e exames;

Círculo vicioso que transfigura na essência de mim

Até apareça aquele mal estar

Aquele medo de não conseguir

Aquelas lembranças vagas dos bons momentos

Tudo dentro de mim se movimenta em rebuliços

Para fazer-me pensar que sou incapaz.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 24/11/2006
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