Movem-se os motores incessantes
Nossos conceitos e preconceitos fúteis
Os momentos mais angustiantes
De viver esses instantes tão inúteis
 
Que mais para nossa desgraça?
Perder a graça de ser e estar
Na realidade tudo o que grassa
É passar sem ser amado e amar
 
Alastram-se pensamentos alienantes
Alimentam as mentes desgraçadas
Dessa humana raça de mutantes
De crença e razão desenganadas
 
Que mais para nossa miséria?
Viver muito menos do que fingir
Com menos espírito do que matéria
Ansiar buscar menos do que fugir
 
Ruína que tanto e tanto se alastra
E sucumbe nesse vil pensamento
A razão de matéria tão nefasta
Tanto amor e nenhum sentimento
 
Que mais para a inútil poesia?
Somente mais uma palavra gasta
A definir o vazio da vida vazia
Num lirismo que mais se desgasta
 
Nada mais para qualquer poesia
Para viver todo silêncio já basta
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 27/05/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T2996664
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