Catavento
Rio caudaloso
Que passa intrépido
Diante de mim
Newton não poderia
Mensurar-te
Tua força poderia me levar
Junto com os gravetos e arbustos
Teu volume poderia
Mudar meu curso
Mudar a direção do vento
Mas tenho medo
Da tua sinergia
Não costumo a mergulhar
Em águas em movimento
Prefiro te ver passar
Daqui da margem
Não quero dar margem
Ao meu pensamento
(Por que) Pode ser que caia
Tudo por água abaixo
Pode ser que ele resolva
Construir-te
Um cata-vento
Mas prefiro te ver
Imensa densa
Do que brincar com fogo
Do que entrar na tua dança
Por que teu caminho
Parece que não tem volta
Teu feitiço
Parece que não tem quebrante
E sou menino demais
Pra entender tua pujança
Sou menino demais
Pra entender de coisas
Tão gigantes...