IMITANDO DEUS
Bate no meu peito uma dor
Que não tem cura.
A árvore chora
Pelo corte que se aprofunda.
O sol renasce
Pela constância da vida.
Canta o pássaro
Na árvore que lhe agrada.
O mar morre todos os dias
Pelos rios que nele deságuam.
Já não chove como antes;
As águas estão estagnadas...
Pela vida que não para
A morte se regala;
Pois não há falta de vida
A ser abortada, antes mesmo do fim...
Na natureza, na humanidade,
A dor mais forte;
Aquela que não se cala,
Não é a dor da morte!
É a dor de não ter realizado
Aquilo para o qual nascemos...
Disseram que a morte só existe
Porque há o nascer;
Há a regeneração do ser
Em outro indivíduo
Que não é um clone,
Mas é parte sua .
Eu não acredito nisso!
Para mim, a morte nada mais é;
Que a certeza da vida
Onde nela deva ser realizado
O ato de dar vida.
Juntamos nossos barros
Disformes ainda, para uniformizar
Com nossos traços,
Num ser; num filho!...
Na lógica da vida pela vida
O que mais se destaca
Não é a vida; mas sim, a morte.
Na vida se chora, se sofre,
Se tem medo... porém é nela
Que somos como o Pai!...
(PEREZ SEREZEIRO)
José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br