Sabedoria Juvenil

Nunca pedi para ser reconhecida

Nunca pedi para ser amada

Apenas esperava que pudessem me ouvir

E compreender de verdade o que tenho a dizer

Nunca esperei ser superestimada

Exageros são piores que a falta de elogios

E põem em nossos ombros responsabilidades

Que nem sempre somos capazes de suportar

Só o que não desejo

É que me subestimem

Bem, eu não sei tudo

E espero que perdoem minha parcial ignorância

Aqueles que julgam tudo conhecer

Mas só porque não tenho todas as respostas

Não significa que não saiba nada

Ou que não possa manter uma conversa decente

Só porque não tenho a experiência

Que só uma vida longa trás

Não significa que tudo o que vivi até aqui

Seja inútil

E jovens também são capazes de pensamentos grandes

Também possuem motivos justos de vez em quando

E nem sempre se atiram nos braços da irresponsabilidade

Se pretende me julgar como um frasco sem conteúdo

Primeiro escute o que tenho a dizer

E não se surpreenda se por acaso sair algo inteligente

Não venha com desculpas para tirar meu mérito

Pois sou quase tão humana quanto você

E também escutarei suas palavras

Se forem perspicazes o bastante para me entreter

Se disserem sobre o mundo

Algo que vale a pena ser dito

Pois não aceitarei críticas ou elogios

De quem não propuser bons argumentos

E não cairei em depressão por seus comentários

Confio em minha habilidade o suficiente para não desistir

E duvido dela o suficiente para buscar o aperfeiçoamento

Sou arrogante o suficiente para dizer o que penso

E modesta o suficiente para buscar outros pontos de vista

A vida é curta demais para esquecer-se de si mesmo

E longa demais para prender-se a si mesmo

Não há aprender sem ensinar

Ou ensinar sem aprender

E se alguém acha que sabe tudo

Sequer deveria ler minhas palavras singelas

Pois nada teriam a lhe acrescentar

Não almejo saber tudo

Mas procurarei conhecer o máximo que puder

Não posso saber quem sou

Pois estou sempre mudando

Não posso saber quem és

Pois jamais conhecerei seu coração

Mas sigo tentando

Entre racionalidades e improvisos

Acharei o caminho que devo trilhar

E só porque não sei meu destino final

Não quer dizer que estou perdida

Quantos sabem aonde chegar

Mas se perdem no meio do caminho?

Para que definir um fim

Se tantas vezes não passa de desculpa para os meios?

Lidarei com os meios por hora

E se o caos ainda não houver dominado o mundo

Encontrarei o fim em algum momento

Vocês, adultos, que conhecem tanto do mundo

Sabem a razão de suas buscas?

Lembram o que os motivou a chegar onde estão?

Já pensaram em mudar o mundo?

Ainda pensam?

Ou por acaso acham que tudo isso não passa

De bobagens da “sabedoria” juvenil?

Louise
Enviado por Louise em 19/05/2011
Código do texto: T2980261
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