Ser tão...Sertão
As copas das arvores quase verdes
O azul mergulhado no horizonte
Cor de cobre
As estrelas prateadas surgindo
Brotando aos poucos no céu
Nascendo pro sertão
Sertão do galo campina
Que silencia
Sertão das casinhas pequenas
Clareadas pelas lamparinas
Sertão dos vales semi-áridos
E do gado que adormece
Quieto na escuridão
Sertão que eu cruzo
Como uma bala
Uma flecha de prata
Mergulhando no breu da noite
Vendo o dia ir embora
Lentamente
E vendo as luzes da cidade
Cada vez mais distantes
Cada vez menos brilhantes
Até sumirem
Sumirem
No vazio sereno e dissonante
Do sertão do cariri
Do sertão fora
Tão fora do meu alcance...
E ao mesmo tempo
tão dentro
tão dentro de mim.