In CONFIDÊNCIAS(Fragmentadas)
Retenho uma cumplicidade emoliente
de um olhar desidratado
Todo líquido perdido resumido
Alguidar de estrela inabitável..
Coleciono gestos cansados
de tanta labuta
Ainda luto
Lapidando meu íntimo brutal
Enterrar ou não
A dor,o fastio, o instinto
Quarta feira de cinzas
Meu carnaval...
Arsenais de versos insubmissos
Só letrais?
Só vitrais.....espatifados em tolos conceitos
Amores conjugados em alpendres dominicais
Não quero a paz de um feriado
Não quero a paz do descanso merecido
Não quero a paz da balança
Não quero o equilíbrio
Não quero separar o joio do trigo...
Dia sétimo sem paraíso....
A ver navios? Naufragados idílios sem virtudes
Vícios paradisíacos...ilhas e fantasias sem gazes sem compromissos
Placebos des comprimidos
Imagens mergulhadas em desconexo sentir
Estar à toa sem nunca ir...
Des anexo meu plano cartesiano....
Fruto do meu seguro des engano
Para ver a banda passar retorno...
O movimento do sol desacompanhado
Grita pelo atordoado facho da solidão
Luz de um relógio parado
Esquecido no pulso im pulso estróina de existir
Sombra aflita do improviso
Morre antes de nascer
Nada detém a carne mutilada
Flores decepadas
Dores antecipadas
O inferno mil vezes colorido
Repetido..
Pulverizando castigos
Ao invés de exorcismos
Fantasmas conhecidos
Misturam-se em todos esses invisíveis lidos
insistentes no repouso...
Juro um crime silencioso
A presença mórbida da mão anestesiada
Extraindo do ócio
A flor destemida
O coração de leão
“As armas e os barões assinalados”
Assassinados
Minha língua cortada blefa
O meu corpo não fugiu
Eu fugi antes do pensamento
Criar raiz....
Inverno rigoroso
Hiberna a lágrima e o silêncio
Carrossel de nuvens demasiadas
Em triste retirada
O amor em seus sulcos pronunciados...
Passional sonoridade
Um blues agravante
Que mata em nome do amor
Quanto do azul pode ser vermelho?
Em nome da Rosa
A (P)Rosa in.......completa
Natureza lubrificada
O caule da rosa
Embutido
Goza....
Minha saliva
um girassol ofegante
Em caminho contrário
Ao movimento do sol
Ardo em sentido anti horário
Encontro marcado???
Na cabeceira um momento
Bugiganga
Nossos corpos se estenderam
Além do "necessário"
E isso era mais que "importante"
Tinha a conotação da urgência
Esquecemos a sirene lá fora....
"Nosso amor é doloroso"
"Esse teu olhar retrô
Que nunca sai de moda..."
Bato de frente
Teu corpo sempre resiste
Mas tua palavra vacila
Quando o amor se inicia?
Uma dúvida infantil :
Arremedo de amor é poesia?
Podemos ventriloquar?
Deixo minha lágrima no closet
Nunca penduro minhas chuteiras
Por que não as uso
Vou sambar descalça na tua vida
Minha avenida ....
Inventamos a experiência
do verbo
Guturalmente inauguramos sentidos
"Nossas bocas são sopros de vida"
Engolindo nossos palavrões(palavras de imensidão)
Roucos significados que deixamos aderentes
Em nossos loucos encontros...
Meu corpo de lua
receptáculo de poesia
Da tua mão que circula
A palavra tesa
Toca move altera lateja
Livro aberto onde a estrela cai
Sou um poeta a(r)mador
Tranformo a chuva em sol
Assisto ao casamento da raposa
Com o rouxinol
E ainda aguardo convites
para novas orgias da natureza..