ÀS AVESSAS

No céu azul

Brilham as estrelas

Que na noite,

Já não vem mais.

Para o mar

Verde esmeralda

Os rios, de cinzas águas;

Já não correm mais.

As virgens matas

Que o ar purifica;

Pelo desmatamento louco;

Já não purificam mais.

O inverno, que as águas congela,

Deu lugar à primavera.

Esta, deu lugar ao outono,

Que deu lugar ao verão.

Quatro estações num só dia;

Mata a esperança do alimento

Nesse mundo avesso, de milhões.

Sabedoria perdida, na ignorância da humanidade!

A pureza da criança

Que traz ao âmago

A alegria do sorriso puro;

Já não traz mais.

A palavra empenhada

Simboliza a honestidade

Trazendo a certeza da moralidade;

Já não certifica mais.

Cumplicidade no casamento,

Registro do amor perpétuo

Onde é solidificada a família;

Já não solidifica mais.

O respeito à liberdade do indivíduo

Faz a sociedade andar uníssono

Sendo único, em meio à multidão;

Já não se respeita mais.

O certo é errado, e vice-versa.

A liberdade libertina do indivíduo

Está acima da unidade social.

A rapidez desenfreada na aquisição

De riquezas e prazeres efêmeros,

Está acima da vida; em geral.

Estamos construindo na destruição

Para no amanhã, vivermos da morte...

Viveremos da honestidade perdida.

Viveremos da inocência adormecida.

Viveremos da família apodrecida.

Viveremos da fé verdadeira, no ateísmo.

Viveremos do próximo amar, no desamor.

Viveremos da paz, em meio o ódio.

Como seria se tivéssemos

O que já não temos mais?

(PEREZ SEREZEIRO)

José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@yahoo.com.br serezeiro@hotmail.com

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 14/05/2011
Código do texto: T2970601