Pingo de gente

Olha, o pingo de gente!

Vestida de trapos

Rosto empoeirado

Na "ligeireza" do caminhar

Sem saber o destino a chegar.

O corpo magro de quase criança

Desafia quem olha

Aponta um dedo de sal

E segue na trilha da vida.

Olha gente! O pingo de gente

Que já não usa trança

Não brinca de roda

E guardou os sonhos.

É que o pingo de gente

Agora, carrega no ventre

O fruto da escolha.

Que antecipou a etapa

De uma vida não planejada

Sem a licença do tempo.

E o pingo de gente

Viu que na vida é diferente

Do que se vê na televisão...

Um beijo, pingo de gente.