O que dizer... Dizer o quê?... Nada!

O que poderei dizer,

O que na verdade, não saberia dizer mais nada...

Nada que eu não pudesse entender o nada... mais nada.

Talvez não dissesse mais nada o que tinha pra dizer.

Nada que eu possa dizer — mais nada...

Será em vão entender o que em minha mente

Não saberia o que dizer o pensamento,

Pra dizer sobre o saber,

Por não saber o que não saberia dizer...

— O que dizer... Dizer o quê?... Nada!

Quem me dera pudesse não pensar em nada...

Nada a pensar — nada a dizer...

Não dizer mais nada — nada, apenas... apenas, nada.

Não me fale dessas coisas,

Pois ainda não entendo o que há para entender...

Não me fale tão alto,

Para que eu possa escutar nitidamente, nítido.

Não me fale assim tão alto, do alto desta montanha,

Que ecoa cá embaixo como um trovão,

Do alto a estrondar a terra, na terra onde tudo estronda,

Estrondando tudo — tudo que há de estrondar no estrondo

— O que poderei dizer... Dizer o quê?... Nada! Nada a dizer!...

Dizer mais nada!

Paulo Costa

Pacco
Enviado por Pacco em 08/05/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T2956293
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