TOMA

À arte suprema da alienação

TOMA

O comprimido

E procura adormecer

Dum mundo que não queres

Que procuras esquecer

Toma

O copo

Para ressuscitar

Ou enterrar os teus demónios

Depende da disposição

Com que queiras tratar

Os teus neurónios

Toma

Juízo

E não lhe voltes a ligar

Mais vale um silêncio terrível

Do que ter alguém

Que contigo

Vai refilar

Toma

A decisão

Da suprema

Alienação

Mergulha de vez

E para sempre nos teus mundos

De onde nunca devias

Ter tido a audácia de sair

Ao menos

Neles não te encontras perdido

Neles

Tens sempre um lugar

Para

E por onde ir

Pois mais vale a eterna solidão

Dum eterno segundo

Do que toda a dor

Do mundo

Toma!