SOBRE A SOLIDÃO

Ao poeta faz-se necessário,
Embrenhar-se pelo ermo,
Dar vazão ao imaginário,
(Mesmo não estando só no instante),
“Ser um fingidor”,
Um receptor da transmutação,
Contemplar o olhar fascinante,
Perseverante da solidão,
Senti-la na alma, na carne, no osso,
Transportá-la para um esboço,
Revirar o universo dos termos,
Sintonizar-se com a dor,
Causada por esse sentimento,
E num estranho contentamento,
Transformá-lo na suprema,
Beleza de um poema.