De volta pra casa

Bate o sinal, está na hora de merendar,

não é normal, alguém esconde o olhar,

a fila parece tentadora, o sono abraça forte,

a fraqueza é o obstáculo, o alimento é a sorte...

Dois passos meio devagar, o corpo quer parar,

os talheres trincam, as crianças brincam,

a fome é certeira, absorve as energias,

a vontade é grande, consome com agonia...

O tic-tac do relógio, condena o momento,

mesa pura ou com migalhas, torna-se um tormento,

um banquete em pensamento, não sacia a vontade,

um grão, no canto, engana, já é tarde...

A fila para, o desânimo chega,

a esperança embala, os outros lamentam,

mais um dia sem alegria, sem nutrir alma,

agora o que resta é caminhar de volta pra casa...

Rogildo de Oliveira
Enviado por Rogildo de Oliveira em 28/04/2011
Reeditado em 28/04/2011
Código do texto: T2937161
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