De volta pra casa
Bate o sinal, está na hora de merendar,
não é normal, alguém esconde o olhar,
a fila parece tentadora, o sono abraça forte,
a fraqueza é o obstáculo, o alimento é a sorte...
Dois passos meio devagar, o corpo quer parar,
os talheres trincam, as crianças brincam,
a fome é certeira, absorve as energias,
a vontade é grande, consome com agonia...
O tic-tac do relógio, condena o momento,
mesa pura ou com migalhas, torna-se um tormento,
um banquete em pensamento, não sacia a vontade,
um grão, no canto, engana, já é tarde...
A fila para, o desânimo chega,
a esperança embala, os outros lamentam,
mais um dia sem alegria, sem nutrir alma,
agora o que resta é caminhar de volta pra casa...