*** Labirintos ***
Por você! Rompi tantas cadeias
Me despi de tantos laços
Por você!
Me desfiz dos braços
Me converti à solidão
Onde agora me choco
Tentando esquecer
As vozes, os sons, o riso
Percorrendo labirintos sem retorno
Emudecendo os sentidos
Anulando cada vez mais a matéria
Retornando as origens
A fragmentação do ser humano
Se descompondo, se reduzindo
Ao nada do qual um dia nos formamos
Deixando de ser...
Corpo, pele, alma ou espírito
Matéria ou invólucro
Em fim...
Deixar de ser objeto pensante
Tornar-se nada e ao nada
Retornar...
Para poder outra vez
Viver...
São Paulo, 05 de março de 1981
Darcy Bilherbeck.