NEGRA...

Negra...

Negra é minha cor

Mas dizem que não sou

Pois sou negra com prazer

E assim ei de morrer

Parda não sou

Vim de descendentes negros

Desta miscigenação

Que surgiu esta expressão

Sou negra de coração

Por isso escrevi este poema

Que mais parece uma canção

Por um tempo vivi confusa

Sem saber a minha cor

Com o tempo descobri

Sou negra com muito amor

Por carregar na pele

Esta cor

Julgam-me incapaz

Tratam-me como ninguém

Neste mundo de injustiça

Injustiça ate demais

O racismo é preconceito

Preconceito muito tolo

Pois a dignidade do negro

Vale mais do que um tesouro

E falando em tesouro

Lembrei-me do ouro

Que se não fosse o negro

De a terra arrancá-lo

Talvez fosse impossível

Os brancos utilizam-lo

Outra cor que não aceito

É dizer que sou morena

Morena também não sou

O que tem de errado com a minha cor?

Não preciso de outra

Sou feliz com muito amor

As pessoas são cruéis

Em nos tratar como animais

Animais são eles, que não pensam no que faz

E isto é ate uma ofensa com os próprios animais

Que antes de nos conhecer

Criticam pelo simples fato da pigmentação desta cor

Creio...

Ainda haverá

Um povo neste lugar

Que há de reconhecer

O negro...

Por sua humanidade

Com seus direitos e deveres

Como todo homem tem

O direito igualitário

Sem medo da sociedade

Vivendo a realidade

Enfim...

O reconhecimento

Durante a mesma eternidade...

(Poema da minha aluna do terceiro ano do ensino médio, Thaís Laine)