Desfibrilam-te
 
Eu não pude voltar
Não pude e nem posso
Não há como voltar no tempo
Tempo do que não sabia
Tempo que nem imaginava
Cobram-me uma quantia surreal
Não há suficiência de lágrimas
Não há lastro de dor
Não sei de onde tirarei isto
Não aprendi a fórmula antecipadamente
Vou tateando pelo escuro dos dias
Vou me segurando pelas pontas das noites
Vou seguindo sem querer ir
Mas ele não para nunca
E se parar e for para mim, tudo bem
Mas e se cessar para o que não deve
Que serei eu, que farei de mim?
Não queria de fato este fato vital
E mesmo assim a vida se impôs
Ainda assim ela insiste em mim
Aquele galho seco tem seiva
Ah, há seiva, há!