Nuvens

Onde está o fascínio das nuvens?

O meu raciocínio estagna e o pensamento flutua

Minha mente nua quase entra em colapso

Um lapso, um esquecimento, um momento a ignorar a vida

Onde está o fascínio dessa doce fumaça?

Ondulada, faz pirraça da minha razão

Palpita meu coração e desoxigena meu cérebro

Uma morte débil que me afeta e sutilmente me ataca

Eu sei que essa fumaça mata

Sei que maltrata até a morte

Com sorte, serei poupado

Mas ao meu lado vive o perigo

Sinto que me abrigo "no fronte"

Vejo meu horizonte sob forte nevoeiro

Fumo um cigarro inteiro

E escarro com gosto peculiar na garganta

Espanta-me essa mescla de prazer e medo

Esse brinquedo fatal na boca

Essa vontade mortal e louca

Essa insistência em fumar

Tragar os problemas...

Delirar na vida que é tão crua

Deito na rua em pleno “rush”

Como se fosse imune ao perigo

Como se fosse impune aos olhos do inimigo

Como se nunca fosse morrer

Seria essa minha forma de viver?

Isso me afunda a alma num rio gelado

Fico parado e pensando na vida sem nexo

Como se fora um sexo sem amor que o dignifique

Explique-se isto agora...

Outrora, diria ser lampejo da pouca idade

Todavia, na verdade, esse já não é o meu caso

Ainda não cheguei ao ocaso

Mas já atingi a plenitude

Creio que minha atitude

Tende a fazer a decida mais íngreme

Que crime teria eu cometido então comigo?

Responda meu amigo!

Essa conversa é sã?

Briga entre satã e Deus

Entre os teus e os meus

Entre mim e eu mesmo

Entre o yin e yang... A esmo

Seria esse o fascínio das nuvens?

GeBarros
Enviado por GeBarros em 22/04/2011
Código do texto: T2924877