Vivo ainda o suficiente
Para sentir que ainda há beleza
Na vida longeva das árvores
Na força das águas que os rios carregam
Nos ventos que roçam os esquecimentos
Como um beijo na pele toda que nos revive
Vivo o suficiente para prescindir de temores
Para ganhar e perder todos os amores
E querer sempre aquele que nunca tive
Vivo ainda o suficiente
Para renunciar ao poder dos deuses
Para separar de mim as tolas fantasias
De a vida ser mais do que realmente é
Para não precisar ser criado e recriado
E na efemeridade de ser, ser eternamente
Vivo ainda o suficiente
Para atravessar esse deserto de dores
Para não me consumir nos medos fáceis
Para aceitar toda a precisão do acaso
E seguir por estradas desconhecidas
Descobrindo que não há caminhos
Nem destinos ou possibilidades
Que não há verdades tão factíveis
A não ser a que desconhecemos
Há vida apenas e isso basta
Como o rio que corre
E o vento que voa
Vida longeva como a das árvores
Como gota no oceano do tempo
No que é eterno em cada momento
Vivo ainda o suficiente
Para não me abater por essa tristeza
Cotidiana e nítida, a mais verdadeira
Para não sofrer dessa solidão nefasta
Para acreditar que ainda há beleza
Naquilo que se quer a vida inteira
E mesmo no que de nós se afasta
Este amor, qualquer amor, o amor
Uma idéia de amor é o que me basta
Para viver ainda só o suficiente
Para sentir que ainda há beleza
Na vida longeva das árvores
Na força das águas que os rios carregam
Nos ventos que roçam os esquecimentos
Como um beijo na pele toda que nos revive
Vivo o suficiente para prescindir de temores
Para ganhar e perder todos os amores
E querer sempre aquele que nunca tive
Vivo ainda o suficiente
Para renunciar ao poder dos deuses
Para separar de mim as tolas fantasias
De a vida ser mais do que realmente é
Para não precisar ser criado e recriado
E na efemeridade de ser, ser eternamente
Vivo ainda o suficiente
Para atravessar esse deserto de dores
Para não me consumir nos medos fáceis
Para aceitar toda a precisão do acaso
E seguir por estradas desconhecidas
Descobrindo que não há caminhos
Nem destinos ou possibilidades
Que não há verdades tão factíveis
A não ser a que desconhecemos
Há vida apenas e isso basta
Como o rio que corre
E o vento que voa
Vida longeva como a das árvores
Como gota no oceano do tempo
No que é eterno em cada momento
Vivo ainda o suficiente
Para não me abater por essa tristeza
Cotidiana e nítida, a mais verdadeira
Para não sofrer dessa solidão nefasta
Para acreditar que ainda há beleza
Naquilo que se quer a vida inteira
E mesmo no que de nós se afasta
Este amor, qualquer amor, o amor
Uma idéia de amor é o que me basta
Para viver ainda só o suficiente