Primeira vez

Coragem! E bravo é aquele que não teme dizer...

Que a primeira vez,

Vez é, vez não,

A melhor das vezes.

Não me esqueço os primeiros

Dos singelos momentos que começava a provar,

Não me esqueço dos sentimentos

Que por mais duvidosos, tive que experimentar.

A primeira é sempre única e alentosa

Dessemelhante e curiosa...

De varias formas:

-Proveitosa!

Concluídas com fado e outras,

Com desventura...

Não negue a louca aventura

Que nos proporciona a primeira vez

Pois há um relicário em nossas mentes

Onde como indeléveis tesouros

Guardamos e então, no futuro...

Como empíricos fatos,

Por nós então são desfrutados,

Alvejando nossas incertezas.

Não esqueço... (e como esquecer?!)

Quando com constância miraram meus olhos

E disseram:

-Você é meu amigo!

Quando proscrito a nada,

Mergulhei em prantos...

(e também me fez vagar no encanto da poesia)

Deram-me a mão, então!

-Desse não há como esquecer!

Enleamos um pacto...

Um trato sem sangue, porém com fé,

“Nunca vamos nos separar”

Sem menos valor que uma promessa.

E o florescer da juventude?

Inquieta e compassiva,

Silente e barulhenta,

Crente e temporal,

Correto e algumas vezes (mais que algumas) imoral.

É nessa fase viridente que a primeira vez se torna... (talvez)

Plangente.

O primeiro olhar de sentimento duvidoso,

Aquela atração descomedida;

E como troco:

A rejeição tirânica da vida.

Pela primeira infeliz vez,

Fiz lograr da lassidão que a tristeza propõe...

E dessa mesma infelicidade,

Fiz dela,

Força motriz de uma ira de suma arrogância...

O ódio

A primeira vez que fui tratado com repugnância...

(oh! Somos filhos da mesma origem?!)

E em resposta a contrariedade dessa fase cheia de vida

Sei que sabe e já provou,

Talvez negue em pró de sua firmeza,

Mas quem se esquece do primeiro amor?

Essa é difícil definir...

Explicar com detalhes

Como é fruir desse sentimento:

“química cósmica da existência?”

“reação lógica a convivência?”

(vamos lá...)

O primeiro abraço,

Inesperado...

Daquele corpo divinizado

O primeiro beijo

(afoito)

Sem tática e prática alguma

E quando com carinho... Que noite linda meu Deus,

Ela cedeu a mim sua santidade.

Quanta volúpia consumada,

Quantos gracejos sinuosos naquela pele...

Como quem com os lábios procura um tesouro,

Achei abaixo de seus seios o coração,

A mim, apenas para mim...

Prometido!

Divina, nos mata e nos ensina,

Do mau gênio faz tornar bom ser...

Pena que é só uma e só no inicio,

Mesmo assim não esqueço a primeira vez.