Santelmos

quem rejuvenesce

é a morte

depois da velhice

da vida

-x-x-x-x-

o quê será feito

do meu trombone

quando eu parar

de tocar?

-x-x-x-x-

respirar

é a prova inconteste

de que não passei

pelo teste

-x-x-x-x-

madrugada sutil

ventania voraz

comichão infantil

pois perdi todo o gás

-x-x-x-x-

ocê

vancê

você

corruptela do mim?

-x-x-x-x-

atirei o pau no gato

a garota não gostou

retirou do meu sapato

tudo o que não encontrou

-x-x-x-x-

mais fácil ainda

é dizer o que não sei

mas sempre haverá

a montanha

que fará com que

eu me cale

RJ, 18/05/2006