Um quadro...

Estava lá...Perdido nas paredes brancas... Um quadro.
Penso nas formas... Quadro... Quadrado...  Retângulo... Reto... Ângulo... Engulo as paredes e vejo apenas o quadro estampado... Adornado pelas muralhas em ouro... Rebuscado... Solitário.
Quem pinta a imagem parada deveria saber que ela é quase inexistente, porque semeia o passado afixado na moldura que destoa o movimento.
Penso nos quadros... Penso na Arte... Penso in vitro... Solstício.
Avessa iluminação.
Provavelmente, deve ser isto: de dezembro a junho moldadas as mudanças de caminho... Sol... Sistere... Em fino grito.
Movida pelas ondas, penso em limitar o meu tempo... Pular em complexo refinamento... Não me deter em teses e antíteses... Casal que gera  síntese... Mas  valham-me os céus se isso termina nesse ponto... Síncrese! Movimento.
Ainda canto... Cantamos... O futuro que nos norteia... Um quadro, mobilia... Companhia para os adornos de paredes verdes...Matas!
Sempre vejo as lacunas por entre as frestas... Buracos que são portas... Portas que viram buracos... Moldes de gesso... Adereços.
Os quadros são equivalentes... Medidos e esculpidos risos em meu antigo rosto.
Bela é a lua... Que brinda o seu tornear ao sol. Amanheço...



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