Às vezes fico tentando sobre algo discorrer.
À escrivaninha me sento
com a pena na mão a me entreter.
Nada escrevo, paro e penso;
engano meu a ocorrer...
Espraio a vista à minha volta
procurando inspiração...
Revolvo meu passado, meu presente,
minha vida no perpasso...
escrevo na imaginação...
Assim o tempo passa...
e a pena na minha mão...
Num ímpeto, escrevo
o que me ordena o coração!
Daí a explicação
de sempre vos dizer: não me chamai escritor!
Eu apenas tento ser mensageiro da alegria,
da tristeza, do riso, da dor...
também da melancolia...
do certo, da incerteza, da vida, do amor...
Vezes feliz, sorrindo a cantar;
vezes triste, chorando a murmurar...
numas linhas poéticas, singelas como estas,
e até ousando rimar.
Mas agora, agora deflui, vê-se.
Vinde, pois, declamar!
Enfim, à escrivaninha, defluiu o meu lamentar.
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