LUZ GUERREIRA

Pálida luz, vejo teu vulto a cambalear entre a razão e a insanidade,
Irreconhecível, oculto pela branca névoa, que paira sobre ti.
Teu rosto fica oculto, tua voz suave, em brados sussurros,
E pálida como a luz que de ti irradia, toca meu ser.

No ar abafado a meu redor, sinto a forte fragrância de outrora,
Do insenso, a me lembrar os campos de batalha por onde trilhamos.
É impossível esquecer aquele tempo, os momentos lá passados,
As marchas vanguardianas, à frente das fileiras mais bravas.

Misturado ao cheiro de tempos passados, que povoa minha mente,
Sinto o ar almiscarado, que deixa transparecer a linda flor em que te transformaste,
Que não mais compõe os campos onde nossas almas partiam em peleja,
Onde tantas vezes choramos as mesmas dores e partilhamos nossos anseios.

Conspirou o Cosmo... A harmonia se colapsa em mim, guerreiro solitário.
Meu ser-carne tenta dobrar os joelhos, em rendição à dureza imposta ao corpo,
Pela incompreensível razão humana, deturpadora de nobres almas
E pelas paixões que fazem meu corpo vibrar e se tornar refém.

Mas, em meio às desvairadas imaginações humanas,
Frágeis como eles próprios, com suas bases firmadas em areia,
E às fortes paixões que dominam meu ser – Devorador de corpos –
Minha alma resiste, agora vagando como átomos na infinitude.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 29/03/2011
Reeditado em 22/10/2013
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