AMOR, DESVARIO MEU

Noite negra, assombrosa e fria de meu ser se apossou,
Em triste sonho de buscas vãs e lamentos eternos.
Tudo estava tão escuro, tão denso, tão vazio,
E não havia a luz, pela qual tanto ansiava encontrar.

Na caixa-túmulo onde me encontrava, vultos informes
Corriam ao ver meu semblante – sem cor, tenebroso –
Que indagava onde se encontrava a saída
Para a nebulosidade que de mim se apossava.

Rostos irreconhecíveis sumiam em meio à negritude.
Não da negritude da noite, mas da palidez de minha alma,
Que transbordava a dor suprema do isolamento e a
Angústia profunda de não mais poder ver a luz que irradia eterna.

Em um lapso, a um escuro canto da caixa tenebrosa,
Um anjo apareceu em meu caminho – Um oásis no inferno –
E foi bebida com a sede insaciável do ancião que habita o grande deserto,
Em estímulos intensos de amor, desejo e paixão alucinados.

- Doce anjo, desceste do paraíso ao limbo e te maculaste na própria essência
Para amar o inconcebível, e foste ferida pela espada do habitante das trevas.
Agora tu partes, com lágrimas nos olhos, em direção à grande luz,
Que teu eterno cúmplice amado-amante não pode ter.

Soterrado na escuridão profunda e privado do amor angelical,
Minha alma tornou-se também escura como o negro vácuo.
E vã parece a grande luta que me fatiga , batalha final em busca
Da redenção, que possa tirar-me da grande treva.

Mas os breves e intensos momentos – sensações eternizadas em mim,
Por tomar do néctar angelical – impelem-me a prosseguir, exausto,
Na busca da saída dessa caixa-morte para, um dia, não mais ser o abismal,
O infame, e sim poder brilhar com minha doce amada, tal qual as estrelas do firmamento.

Péricles Alves de Oliveira

Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 29/03/2011
Reeditado em 01/02/2012
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