ESCURIDÃO

Mergulhado na escuridão profunda que de mim se apossa,
Onde até os mais valentes guerreiros temem estar,
Onde os ventos não sopram com sua volúpia,
E o ar é rarefeito, sufocando-me a alma com dor extrema.

Onde Deus parece estar ausente, lugar de tenebrosidade
– Medo quântico, que terrível pesadelo concretizado! –
Absorto em meu pensamento, reflexões desvairadas,
A descrença em tudo, e em todos descrente, invoca minha demência.

Vejo uma luz ao longe, que por um momento me extasia,
Olho-a fixamente, penetro tua alma, luz que irradia
E me desatina. E um piscar de esperança preenche meu ser,
A luz vencerá a escuridão? Será a minha libertação?

Invoco meu pensamento, concentro minha força mental,
Minhas forças físicas e coloco minha alma em estado de prontidão...
Quero a luz, que ao longe, aparece palidamente, sem rosto,
Num lapso que penetrou meu ser, e despertou-me brevemente da negra noite.

Suplício derradeiro que me consola a superar a dor profunda,
A luz irradia sua força, pisca e se esvai, indo-se aos poucos.
Só mais um momento a sós contigo - Suplico em melancolia -
Como um condenado a tentar fugir do fogo que arde no inferno.

Por breve momento, ao meu pedido, vejo teu rosto triste
Brilhando como o sol de verão em lamento profundo por
Nossas almas que não se podem ter – Universos que não se podem tocar.
Então... A luz que me despertou das trevas parte,
Deixando-me novamente, sob o manto escuro da noite.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 29/03/2011
Reeditado em 01/02/2012
Código do texto: T2877979
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