NOITE
A longa noite!... Escura!...
Negro breu da noite mais preta!
A longa noite escura que não passa...
E minha mente negra em desatinos se abala.
Esperanças confusas e escuras,
Escuras como a grande noite,
Invadem meus pensamentos... Passatempos...
Passatempos cor de breu em completos desalentos.
Sentimentos em meu peito vibram,
Nesta noite escura que não acaba.
Essa longa e escura noite me abala
Como o pisar que as nascentes dos rios mancham.
Na escuridão dessa noite,
Desta grande noite escura sem fim,
Percebo o negro e belo rosto da morte,
Num desvario meu sem nenhum norte.
E, como não se acaba a longa noite escura,
Escura noite negra, silenciosa e bela,
Palidamente, minha alma procura,
Nesta longa noite escura, o sono eterno...
Péricles Alves de Oliveira