TRESLOUCURA

Palavras brancas a mente falseiam no gênio humano,
Incapazes de tocar a profundidade da alma enflorestada.
O espírito ou se emudece ou se aprisiona e não pode ser percebido,
Diante do contorno monstruoso da carne que o esconde.

Atroz desejo de aprofundamento no mar mais profundo,
Parâmetros desconhecidos de lugar incomum ambidestro.
A psique-semente esconde-se ao fundo da terra árida,
E a aridez da terra a deixa no escuro esquecido da essência.

Sinfonia tão ansiada e jamais atingida, a perdição se assenta,
Onde o controle se perde entre a efêmera realidade em cores pintada,
E os acordes-origem imperfeitos, apenas brancos, apenas negros,
Que no cerne se alimentam silenciosamente da monstruosidade.

Olhos já não há, nem rostos com seus sombrios sorrisos e doces lamentos.
A fugacidade implacável de tudo ora se desmorona como a torre de babel.
E ressurge a semente embrionária do incompreensível vasto louco,
No misterioso eclipse abismal, tão somente branco, tão somente preto.


Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 29/03/2011
Reeditado em 01/02/2012
Código do texto: T2877919
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