TRESLOUCURA
Palavras brancas a mente falseiam no gênio humano,
Incapazes de tocar a profundidade da alma enflorestada.
O espírito ou se emudece ou se aprisiona e não pode ser percebido,
Diante do contorno monstruoso da carne que o esconde.
Atroz desejo de aprofundamento no mar mais profundo,
Parâmetros desconhecidos de lugar incomum ambidestro.
A psique-semente esconde-se ao fundo da terra árida,
E a aridez da terra a deixa no escuro esquecido da essência.
Sinfonia tão ansiada e jamais atingida, a perdição se assenta,
Onde o controle se perde entre a efêmera realidade em cores pintada,
E os acordes-origem imperfeitos, apenas brancos, apenas negros,
Que no cerne se alimentam silenciosamente da monstruosidade.
Olhos já não há, nem rostos com seus sombrios sorrisos e doces lamentos.
A fugacidade implacável de tudo ora se desmorona como a torre de babel.
E ressurge a semente embrionária do incompreensível vasto louco,
No misterioso eclipse abismal, tão somente branco, tão somente preto.
Péricles Alves de Oliveira