MORTE
Soa a trombeta como prenúncio
Da morte passante,
Da morte prematura,
Da morte concreta.
Que, impiedosamente, nos chama a seu covil,
Anuncia-se todos os dias,
Deixando um rastro sombrio,
E ceifando vidas aos milhões!
Ó morte! Poderosa em seu manto negro,
Onde abriga tuas vítimas?
Quem poderá opor-se a ti?
Quem de ti poderá fugir?
Vejo-te no sorriso das crianças,
No afago da mãe e no beijo do pai.
Vejo-te na beleza da natureza,
Na infinitude do Universo.
Tu, Morte, és certeza de chegada,
Em teu combate o cajado de meu Senhor,
Único a quem não venceste, com tua ira insana.
A Ele, dobraste os joelhos um dia.
Péricles Alves de Oliveira