DESPEDIDA
Noites calorosas, mergulhadas no puro amor
Que se foram, deixando cicatrizes.
Momentos de confidências entre amigos,
E de sussurros saídos da conjugação de nossos corpos e de nossas almas.
Eu menti? Tu mentiste? O nosso amor foi tão
Forte e verdadeiro como sempre nos dissemos?
Não sei. Muitas vezes, por nosso amor, me fiz calado,
Tapando meus ouvidos e meus olhos, optando por amar incondicionalmente.
No silêncio dessas frias noites, reflito no período
Maravilhoso que vivi ao teu lado. Foi a realização de um lindo voo,
No qual tu eras o brilho de meus olhos e o som de minha voz.
No meu mundo imaginário, tu sempre foste tudo que eu quis e sonhei.
Mas a realidade nos mostrou que sonho é sonho. E que tu estavas
Distante de meu coração, tal qual um arco-íris lindo, mas inalcançável ao toque.
Andaremos por outras paragens... Tu e eu! Voaremos novamente...
Talvez não como voamos juntos, mas continuaremos a sonhar, separadamente.
Deixo de presente a ti, as boas lembranças, os meus beijos,
A sensação dos meus toques, corpo a corpo, cheios de paixão,
Em momentos nos quais te saciei muitas vezes.
Vou-me cansado e calado, abatido pela derrota.
Não olho para o amanhã, só preciso deixar-te hoje.
É preciso silenciar teu nome em meu coração que sangra,
Deixá-lo se curar, para nele florescer novas flores.
É preciso libertar-te, a ti também, meu amor, para que voe em outros jardins.
Péricles Alves de Oliveira