A VIDA NO PLANETA ESTRÁBICO
Às copas de topázio
Das árvores do planeta estrábico
Sopram um vento monofásico
De som monossilábico
Uuhhhhh...
E lá, ele ignora a clareza desse ronco...
E vai insistindo em seu sonho bronco
Aos mandos e desmandos
Daquele vento manco
Delírio apático
Sem força ou querer
Sonho tirado a fórceps
Até mais não poder
Da fantasia de cabeça outra
Ele acha muito bom
De deixar sua mente por lá...
A rede de descanso
Balança rápida
Na dança mágica
Do mundo vesgo que há
E o faz girar, girar, manso...
Uma tontura que o encanta
E o ganha
Numa enxurrada de cores emaranhadas
Às íris fascinadas de seus olhos...
O planeta estrábico é mais um colírio
De delírio azul róseo pálido
De correntes alucinantes
Que o ressuscitam da sua solidão...
O planeta estrábico
Só carrega um alísio cálido
Mas ele acha bom...
Que tudo lá vira dois (ou mais)
Na sua retorta visão