MEUS MARCOS
Habita-me um emaranhado de verdades.
Que se detestam, para viverem se amando,
ora se inflam, sufocando as parceiras,
ora se murcham, em renúncias de espaços.
São incompletas, são dependentes,
mas pensam que se bastam sozinhas.
São meus esteios, meus provimentos
e perdições, são meus barcos à deriva.
Umas se enchem de bacalhoada na semana santa
em “santa” penitência (oh, torpe hipocrisia!),
outras cumprem a penitência dos dias.
E no bacanal das minhas verdades,
as arrogantes comem as submissas
e urram de orgasmos e indigestões...
Ah, minhas verdades são meus marcos,
esses atores que encenam minha vida...