AQUELE TEMPO

Tempo de encontros,
De contra pontos,
Sonhos, descobertas,
Traços de um eu adolescente,
Colocando interrogações,
Na sonora realidade,
Na “ordem e progresso”,
Tempo de alma inquieta,
Palavras soltas na imprecisa mente,
Cores, valores, paixões,
Tantos eus em confronto,
Portas, janelas abertas,
Cotejando sinais de identidade,
Tempo de momentos inversos,
Fecundos, manifestos,
Sobre a (des)estrutura,
Da complex(idade),
Sobre o recato de cada gesto,
Talvez, de irresponsabilidade,
Multiplicidade de emoções,
Tempo que passa... passou
Nos meus olhos, brincou,
Com a minha ternura,
Marcou, deixou rupturas,
Na personalidade,
Um pouco do que hoje sou,
Deve-se àquele tempo de loucuras
,
De busca pela liberdade.
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Desencontros, contrapontos...
Nesta ordem sem progresso,
O tempo passa sem volta,
E me deixa a descoberto,
Vulnerável e sem teto.
Nas perguntas sem respostas,
Eu aprendo por mim mesmo,
Caminhando, assim, a esmo,
Batalhando as derrotas.
Vou sem tempo, sem momento,
Sem lenço ou documento,
Que me prove a identidade:
É dura a realidade.
Um pouco de mim se perdeu,
Nos caminhos do meu eu.

(HLuna)