TODA...

Estou completa em minha poesia.

Me entrego sem pedaços, estou toda!

De tudo falo de mim.

Meu único ritual é escrever meus versos barulhentos...

Não penso no porvir, nem no fim.

Penso em mim como uma história

Que pessoas vão ler e não vão esquecer.

Nos meus versos barulhentos estão...

Toda minha inimiga insônia,

Toda minha prepotente angústia,

Toda minha vontade alegria,

Todo meu intrínseco amor.

Meu verso é singular.

Nele derramo sangue vivo, que em minha alma forte, pulsa.

Meus versos sadios e profanos...

Meus versos puros tingidos de vinho...

Que uns gostam e outros não...

Estão compostos toda minha excentricidade,

Minha maldade, minha bondade.

Espalho toda a minha queixa,

Embelezo toda minha malícia,

Rasgo a roupa,

Ando nua em tiroteio.

Me vejo num espelho.

Eles falam, me denunciam.

Entrego-me sem questionar o que vão pensar,

Escrevo-os despida de preconceitos.

((( Camila Senna )))

Camila Senna
Enviado por Camila Senna em 14/03/2011
Reeditado em 15/03/2011
Código do texto: T2847533
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