Grito da minha alma...
Desço a escada pálida, apressada...
Carregada com minha jornada
Com toda essa carga
Dou de cara com um labirinto.
Nele minhas roupas rasgadas
Espalhadas...
Começo a costurar,
A unir meus pedaços, misturado com meus traços.
Fico tentando ver se me acho
Se me sinto... Se grito,
Que silêncio de solidão,
Quero ouvir a melodia, que me deixa em harmonia.
Que caia do teto essa tarde chuvosa...
Mesquinha,
Fria,
Mal-amada, que assolou meus dias.
Fico em desatino
Rasgo a pele
Cuspo em vermes
Me atiro no chão.
Quero solução...
Não quero razão.
Quero provisão...
Não quero suposição.
Vou correr mato a dentro
Desmantando meus sentimentos
Procurando o vilão
Quero encarar, quero-me aprofundar.
A história que pregaram-me a peça,
É minha...
Eu sou a atriz. Dona do meu nariz.
Não aceito teatro mal ensaiado.
Quero compromisso com minhas raízes
Se tiver que libertá-las,
Uso meu instrumento sagrado,
Minhas mãos.
((( Camila Senna )))