Grito da minha alma...

Desço a escada pálida, apressada...

Carregada com minha jornada

Com toda essa carga

Dou de cara com um labirinto.

Nele minhas roupas rasgadas

Espalhadas...

Começo a costurar,

A unir meus pedaços, misturado com meus traços.

Fico tentando ver se me acho

Se me sinto... Se grito,

Que silêncio de solidão,

Quero ouvir a melodia, que me deixa em harmonia.

Que caia do teto essa tarde chuvosa...

Mesquinha,

Fria,

Mal-amada, que assolou meus dias.

Fico em desatino

Rasgo a pele

Cuspo em vermes

Me atiro no chão.

Quero solução...

Não quero razão.

Quero provisão...

Não quero suposição.

Vou correr mato a dentro

Desmantando meus sentimentos

Procurando o vilão

Quero encarar, quero-me aprofundar.

A história que pregaram-me a peça,

É minha...

Eu sou a atriz. Dona do meu nariz.

Não aceito teatro mal ensaiado.

Quero compromisso com minhas raízes

Se tiver que libertá-las,

Uso meu instrumento sagrado,

Minhas mãos.

((( Camila Senna )))

 

 

Camila Senna
Enviado por Camila Senna em 13/03/2011
Código do texto: T2844795
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.