PASSARINHO

PASSARINHO

Que bom se a gente nascesse

Bem velho já com uns noventa

E os anos fossem descendo...

oitenta, setenta, sessenta....

Nascia sem dente e careca

Encurvado e bengala na mão

Encolhido num canto sozinho

implorando alguma atenção!!!

À medida que o tempo passava

A juventude na porta a bater

E adeus óculos velho, bengala

estou novo...pra que lhe querer...

Nos dias de aniversário

Não precisava os anos esconder

Pois cada ano que se passava

Era mais novo...você

O idoso era mais respeitado

Era um ser bem amado e querido

Era o xodó dos mais moços

Pois a pouco havia nascido.

E quando chegasse o dia

da vida se despedir

Ia ficando pequeno

começando a diminuir

Olhava pela janela

localizava o caminho

Abria a boquinha e cantava

E para o céu azul avoava

Talqualmente um passarinho!!!

Laerte Rocha
Enviado por Laerte Rocha em 10/03/2011
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T2839910
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