Talvez seja essa insensatez na tez do poeta feliz.

Nascido no tempo certo

Crescido na incerteza

Nem tinha como fugir.

Agora longe do próprio império

Num horizonte indefinido

O nada para encontrar

Como o mar que bate nas encostas

Sem receber noticias.

Espaço, espaço

Deserto do Saara

Introduzido numa cápsula

Numa viajem eterna

Natureza morta

Fruta sem gosto

O gosto insosso

Marcas da paixão

Magoas no fim

Falência do ser.

As palavras que restam

É nessa única esperança

Que um por do sol

Aconteça numa noite

Impregnando o ar

O ar que se respira

A pele que transpira

E acaba curando.

O que tem haver

O poeta com isso?

Simplesmente tudo.

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 05/11/2006
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