Talvez seja essa insensatez na tez do poeta feliz.
Nascido no tempo certo
Crescido na incerteza
Nem tinha como fugir.
Agora longe do próprio império
Num horizonte indefinido
O nada para encontrar
Como o mar que bate nas encostas
Sem receber noticias.
Espaço, espaço
Deserto do Saara
Introduzido numa cápsula
Numa viajem eterna
Natureza morta
Fruta sem gosto
O gosto insosso
Marcas da paixão
Magoas no fim
Falência do ser.
As palavras que restam
É nessa única esperança
Que um por do sol
Aconteça numa noite
Impregnando o ar
O ar que se respira
A pele que transpira
E acaba curando.
O que tem haver
O poeta com isso?
Simplesmente tudo.