POBRE MUNDO NOVO

Vejo-me sentada no banquinho,

da praça em frente ao mercadão.

Tempos bons de balada e flertizinho,

de longas caminhadas nas madrugadas.

Nada de internet e de barzinhos.

Não me lembro de ter sido assaltada,

sequestrada, muito menos violentada.

Relâmpagos eram os amores à primeira vista

e o breve sequestro para um namoro escondido.

Hoje, pobres adolescentes,

Dizem-se pensadores,

acreditam que são livres.

São integrantes da sociedade

presos aos computadores.

Não caminham nas madrugadas,

não dançam mais coladinhos.

O álcool, o fumo e as drogas

os limitam aos barzinhos.

As madrugadas oferecem violência,

e o amor fora de moda,

está arcaico e sem segredinhos.

Não terão história para contar,

presos neste mundinho

esperando o tempo passar.

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 03/03/2011
Reeditado em 03/03/2011
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